sábado, 28 de novembro de 2009

ANNABEL LEE


Neste reino ao pé do mar;
Mas o nosso amor era mais que amor --
O meu e o dela a amar;
Um amor que os anjos do céu vieram
a ambos nós invejar.

E foi esta a razão por que, há muitos anos,
Neste reino ao pé do mar,
Um vento saiu duma nuvem, gelando
A linda que eu soube amar;
E o seu parente fidalgo veio
De longe a me a tirar,
Para a fechar num sepulcro
Neste reino ao pé do mar.


E os anjos, menos felizes no céu,
Ainda a nos invejar...
Sim, foi essa a razão (como sabem todos,
Neste reino ao pé do mar)
Que o vento saiu da nuvem de noite
Gelando e matando a que eu soube amar.

Mas o nosso amor era mais que o amor
De muitos mais velhos a amar,
De muitos de mais meditar,
E nem os anjos do céu lá em cima,
Nem demônios debaixo do mar
Poderão separar a minha alma da alma
Da linda que eu soube amar.

Porque os luares tristonhos só me trazem sonhos
Da linda que eu soube amar;
E as estrelas nos ares só me lembram olhares
Da linda que eu soube amar;
E assim 'stou deitado toda a noite ao lado
Do meu anjo, meu anjo, meu sonho e meu fado,
No sepulcro ao pé do mar,
Ao pé do murmúrio do mar.







Fernando Pessoa
(Edgar Allan Poe)

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

saudade.

unico motivo para vir e deixar um beijo.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Transtorno Dissociativo de Identidade

Percebi que andei muito reclusa estes últimos dias, apenas me afundando na minha intensa escuridão. Por mais sombrios que tenham parecido alguns dos meus últimos post's, provenientes intimamente da minha imaginação fértil e de algumas influências, como Stephan King e André Vianco, quero abrandar a situação. Quando iniciei este blog, não imaginei quanta coisa eu teria para escrever, porém tenho diversas, mas por falta de tempo, não tenho como revisar e postar.
Um assunto intrigante, que eu tenho lido ultimamente são de pessoas com 'dupla personalidade' ou 'múltiplas personalidades', estes termos são os mais conhecidos, porém foram descartados.
Uma das razões para a decisão da comunidade psiquiátrica para mudar o nome do transtorno de múltipla personalidade para transtorno dissociativo de identidade é que “múltiplas personalidades” é um termo que transmite uma visão um pouco enganadora.
Uma pessoa diagnosticada com transtorno dissociativo de identidade sente como se ela tem dentro de si duas ou mais entidades, ou de estados de personalidade, cada um com sua própria forma independente de se relacionar, de se perceber, de pensar e de lembrar sobre si mesma e de sua vida.
Se duas ou mais destas entidades assumem o controle do comportamento da pessoa em um determinado momento, um diagnóstico de transtorno dissociativo de identidade pode ser feito.
Estas entidades já foram muitas vezes chamadas de “dupla personalidade”, embora o termo não reflita exatamente a definição comum da palavra como o total do nosso aspecto psicológico.
Outros termos freqüentemente utilizados por terapeutas e psiquiatras para descrever essas entidades são as seguintes: “personalidade suplente”, “Alters”, “parte subliminar”, “estados de consciência alterados”, “ego afirmativo,” e “identidade superior ou inferior”.
É importante manter em mente que, embora estes estados suplentes possam coexistir, eles parecem ser muito diferentes entre si, porém todas estas manifestações estão inseridas numa mesma pessoa que sofre desse transtorno.
Por fim, existe tratamento, para cada caso de transtorno, sendo ele do mais ameno ao intenso, o tratamento é específico, sendo moldado a cada caso, fazendo com que a pessoa, supere e aprenda a lidar com a situação. A abordagem mais comum em relação ao tratamento leva em consideração os sintomas, para assegurar a integridade do próprio indivíduo, e reconectá-lo às duas diferentes identidades, levando-o a estabelecer uma única identidade funcional. Existem, entretanto, outras modalidades respeitadas de tratamento que não dependem da integração das identidades separadas. O tratamento também pode ajudar o indivíduo a expressar e processar de forma segura suas memórias dolorosas, desenvolvendo novos estilos de vida, restaurando a funcionalidade e melhorando os relacionamentos.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Don't be scared about me, i am here just to see you die.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O que te faz Voltar

Nunca tinha me imaginado no seu velório, porque não fui nem dos meus próprios pais, lugar mórbido, pesado, carregado de tristezas, lembranças de um passado, que se torna no presente um tormento, um lamento intenso e irreparável, as pessoas por quem sentimos tanto, não voltam mais, o que foi dito e vivido naquele tempo, só você teve a sorte ou o desprazer de viver. Com você, eu senti os piores tombos que vida pode dar, que a ira abre ainda mais a cratera das confusões, e você fazia questão de me ver sofrer e dizia que era disso que gostava, então precisava te ver morto, ver seu corpo inerte e frio, onde não poderia nunca mais me segurar, e me fazer confundir o real, que desde quando você foi embora, não tenho encontrado sossego. Eu olhei tanto para você, escutei o tempo inteiro a sua voz cantando no meu ouvido, a rispidez das suas palavras me fazendo acordar para o seu mundo, me lembro quando fugimos da casa dos meus pais, você disse, que eu seria sua infinitamente, e que quando você se fosse sem mim, voltaria para reaver a minha alma, porque ela também te pertencia. Você era o meu demônio esculpido num corpo completamente irresistível, o grande problema de eu não conseguir fugir de você, era esse amor completamente doentio. Eu ainda o amava, mais mesmo assim, não consegui chorar a sua morte, talvez fosse melhor assim, eu sofreria, mais logo passaria, pois eu sei que não adianta ficar chorando.
Voltei para casa, me deitei na nossa cama, e me lembrei da ultima vez em que estivemos juntos, há dois meses atrás, onde você me prometeu mudança, uma nova mudança, e eu dizia, até quando vamos ter que fugir? e você sorrindo me beijava, não estamos fugindo, estamos conhecendo o mundo em que vivemos.