Me lembrei hoje de quando eu comecei a defender as minhas escolhas, mostrando para os meus pais que não adiantava, por mais que eles quisessem me orientar, eu realmente sabia o que fazer. Eu tinha 15 anos, comecei a curtir punk rock, hardcore, e a ler livros que se enquadrava na minha linha de raciocínio de adolescente rebelde, mais foi com esses livros que comecei a aprender como as coisas funcionavam, li a biografia do Renato Russo, Kurt Cobain entre outras, mais tarde li Please Kill Me 1 e 2, este livro conta como aconteceu o movimento punk e anarquista, me interessei por filósofos, poesia, e depois de um tempo comecei a me interessar por outro tipo de música, o metal e afins, dentro do rock comecei a ser bem eclética, mais nunca chegando, claro, nas bandinhas da moda, com aquele rock barato e vendido. Fugi de casa para colocar um piercing que ainda tenho, e até hoje minha mãe quando pergunto, diz que não gosta, mais o bom é que ela não expressa essa opinião sem eu pedir. Hoje continuo lendo muito e assistindo muito filme, documentário, e escutando muito rock "antigo", Bob Dylan, Johnny Cash, Janis Joplin, The Doors, Velvet Underground, The Clash, The Stooges, The Who, e muitas outras bandas que agora não me vem a cabeça, posso dizer que já ouvi muita coisa, desde o começo do rock até os dias de hoje, porém prefiro muito mais as musicas de antigamente. Estou com 18 anos, tenho uma banda, e nas nossas letras defendemos os direitos iguais, somos uma banda de garotas, e pregamos que tanto homem quanto mulher são capazes de viver na igualdade sem sexismo. Eu aprendi em todo este tempo de caminhada no rock'n roll que o que vivi, passei na minha adolescência, vivenciei na cena punk de Toledo, e o que continuo vivenciando, é que as coisas mudaram e muito, antes tínhamos grupos de discussões sobre anarquismo, o punk em si, éramos um tanto instruídos e sabíamos defender o que acreditávamos, e trazíamos isso para a realidade, nada de sonhos ou ilusões, nós sabíamos que havia muitas outras ideologias, modos melhores de viver, não apenas bebendo a cachaça da mais barata e usando drogas, mais aquela em que o respeito é um dever, onde todas as pessoas teriam que aprender a respeitar o próximo, as suas diferenças e a sua opinião, agora vivencio tudo isto em decadência, as pessoas mudaram, alguns partiram, e agora vejo "punk's da moda" onde dizem embriagados sou punk, e vomita ou se joga num arbusto, e o que ele escuta? nx zero, fresno, e muitas outras porcarias que veiculam por ai. Sinto falta das amizades verdadeiras, das festas da galera onde todo mundo se gostava, e não existia intrigas e desrespeito, onde tudo era falado na cara, isto que acabei de dizer deve parecer ilusório, porém não era, naquele tempo foi assim e muitas pessoas que curtiram comigo sabe, mais tudo muda e conforme o tempo foi passando, povo indo para a universidade, se mudando e eu ficando, era a mais nova de todos então literalmente em partes me ferrei haha. Hoje tenho que fazer minhas escolhas novamente, saber o que eu vou me empenhar em estudar, o que eu penso em ser, e decidi por fazer vários vestibulares em diferentes cursos que me interessam e muito, no que eu passar vou fazer um sorteio e o que for premiado lá vou eu, um deles que é o mais favorito, que talvez eu acabe dando um jeitinho no sorteio rs, é o de ir fazer medicina em Cuba, por vagas que são cedidas pelo governo cubano, eu sei o país que Cuba é .. mas quero muito sair daqui, e ir para outro lugar completamente diferente, o que me prende aqui um pouco é minha banda, adoro o que faço, adoro tocar e cantar, mais nas escolhas que tomamos todas estamos tecendo nosso futuro, vou sentir falta da minha família, mais sei que eles sempre vão estar aqui e que nunca vão deixar de ser meus entes queridos. Conhecer este mundo louco em que vivemos, é um projeto de vida meu. Vou trabalhar continuamente no plano final, que claro é um segredo, apenas será descoberto pela pessoa que irá compartilhar da mesma ideia, mais isto é apenas lá no meu futuro, que penso desde já, o resto a vida vai se encarregando de desenrolar e eu de viver.